sexta-feira, 2 de março de 2012

Ciber Bullying




Quando fiz o post sobre bullying, esqueci de falar sobre esta modalidade, o ciber bullying, que pode ser definido por agressões feitas de modo virtual, através de tecnologias interativas. Podem ser emails ameaçadores, mensagens negativas e/ou torpedos com fotos e textos constrangedores, envio de vírus, acesso a contas de e-mail, interrupção da participação de uma pessoa em um jogo online, além de muitas outras ações. Enfim, os agressores utilizam qualquer dispositivo eletrônico que possa, de alguma forma, constranger uma pessoa de forma intencional entre seus colegas. O espaço virtual é ilimitado e isso faz com que o poder da agressão se amplie e a vítima se sinta acuada, sem saber como, onde e até mesmo de quem tem que se defender. Além disso, a tecnologia permite que em alguns casos, seja difícil identificar o(s) agressor(es), aumentando a sensação de impotência e fazendo com que muitos casos não sejam relatados nas delegacias. A quantidade de constrangimentos e ameaças virtuais são enormes, porém poucos procuram uma ajuda para identificar e punir o(s) acusado(s). 

Esta semana duas famílias foram condenadas a pagar uma indenização estipulada no valor de R$15.000,00 à família de uma adolescente que vinha sofrendo ciber bullying por duas colegas da mesma escola. As duas adolescentes que tinham acesso a senha da colega,  invadiram o orkut da menina e substituíram algumas fotos por fotos pornográficas, além de escreverem textos de cunho sexual. As adolescentes em questão tinham na época do ocorrido entre 13 e 14 anos. A vítima e seu irmão que também estava em algumas fotos e também estudava na mesma escola, foram motivo de "zoação" pelos colegas do colégio. Envergonhados e com medo, não falaram nada para seus pais e seus rendimentos escolares caíram, assim como estavam se comportando de forma diferente. Uma professora que prestou atenção no que estava acontecendo conversou com a orientadora da escola que marcou uma conversa com a menina e seus pais. Com isso todo o acontecido foi relatado e esclarecido.

O que mais me chocou nesta história é que a família da vítima do ciber bullying, entrou com uma ação contra os familiares das duas garotas infratoras, solicitando um pedido de desculpas, QUE FOI NEGADO POR PARTE DAS MENORES!!! Nossa, esta parte pra mim foi o mais difícil de "aceitar". Elas poderiam ter feito esta agressão, sem ter a noção do mal que estavam fazendo a colega, mas depois de serem desmascaradas e verem o tamanho do problema que criaram, não terem tido alguma reflexão e arrependimento, é muito triste. É assustador relatar que o quanto é difícil perceber o erro e voltar atrás nas atitudes para algumas pessoas. A auto reflexão e a mudança de atitudes e comportamentos, infelizmente, não acontecem em algumas situações. Fico me perguntando o que será que os pais das menores agressoras fizeram nesta situação? Qual foi o tipo de punição dado? Será que o fato delas terem se negado ao pedido de desculpas significa que nenhuma reflexão foi feita? 

Infelizmente, enquanto estava escrevendo sobre este assunto, me deparei com dois casos trágicos de ciber bullying. Um nos Estados Unidos, de uma jovem linda de apenas 13 anos que vinha sofrendo ciber bullying e acabou cometendo suicídio. O pior nesta história é que tudo começou com uma "brincadeira" da própria vizinha da jovem, uma mulher de 47 anos que inventou um perfil falso de uma rapaz de 16 anos, no qual a jovem que foi vítima manteve um "namoro" por um mês. Em seguida "ele", o suposto namorado, que na verdade era a própria vizinha, começou a insultá-la e a rejeitá-la, virtualmente. Esta jovem não suportou as humilhações, pois outras pessoas a insultavam em virtude desta situação e se enforcou em seu próprio quarto. O outro caso foi de um rapaz daqui do Brasil, morador da cidade de Ponta Grossa, no Paraná, de 19 anos estudante de Educação Física. Ele foi alvo de uma comunidade no orkut criada apenas para inventar boatos de moradores desta cidade. O rapaz era chamado caluniosamente, de homossexual e pedófilo. Com isso, começou uma série de agressões na rua pela população que acreditava nos boatos mentirosos e achava que o rapaz era mesmo pedófilo. Ele aguentou por um ano as humilhações e agressões, até que um dia escreveu na internet que se as agressões não parassem ele se mataria. Infelizmente ele recebeu como resposta incentivos ao suicídio, inclusive, exemplos de "métodos eficazes" para que ele conseguisse se matar. No dia seguinte o rapaz foi encontrado morto dentro do seu carro estacionado na garagem de sua casa, asfixiado por monóxido de carbono. Apesar de alguns membros desta comunidade do orkut terem sido identificados, ninguém foi preso. 

Me coloco nesta situação no lugar de mãe, e fico muito assustada ao ver que a maioria dos jovens que fazem este tipo de "brincadeira" não são nem repreendidos por seus familiares, e que ainda ficam impunes perante a justiça. Quem sabe se começar a terem mais denúncias, e financeiramente começar a pesar para os pais dos agressores, alguma mudança de atitude e comportamento ocorra por parte dos jovens? 

É isso galerinha, lembrem de uma regrinha simples, que sempre coloco para meus filhos e para seus amigos e amigas, NÃO FAÇA COM O OUTRO AQUILO QUE VOCÊ NÃO GOSTARIA QUE FIZESSEM COM VOCÊ MESMO! Vamos respeitar as diferenças e aceitar a nós mesmos e aos outros com as  qualidades e as limitações que todos nós temos.

Fica uma dica de um filme sobre o assunto, abaixo está o vídeo do trailer do filme Ciberbully, produzido pelo ABC Family e estrelado por Emily Osment e Kelly Rowan. Vale a pena assistir. Bjks, até a próxima.






2 comentários:

  1. Isso aí, Déia.... Uso esse mesmo lema com a Camilla. Se todos fizerem sua parte, o mundo melhora, não é? Bjsss

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    1. Com certeza Viviane. O diálogo franco e o limite adequado sem podar a criatividade da galerinha podem fazer a diferença. Bjs.

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