terça-feira, 29 de maio de 2012

Falha na comunicação = Problema na relação

A etmologia da palavra comunicação, vem do latim communicatio de communis = comum, significa a ação de tornar algo comum a muitos, porém "comunicação" tem um significado muito mais amplo e complexo. Temos alguns tipos de comunicação, a verbal, gestual, virtual, comunicação alternativa, libras, enfim, existem várias formas para que possamos nos relacionar em sociedade. A comunicação é importante para transmitirmos e recebermos informações e para entrarmos em contato uns com os outros. Quando "falamos", seja de que forma for, a comunicação deve se dar de forma verdadeira, precisamos nos expressar seguindo nossos sentimentos, nossos valores. Se comunicar verdadeiramente com alguém vai muito além de falar, pois em muitos casos falamos uma coisa, e "gestuamos" outra, pois nosso corpo também "fala".
Além da falta de verdade em muito do que falamos, como disse acima, existem também outras falhas na comunicação que interferem absurdamente nos nossos relacionamentos. Vemos, muitas vezes que sentimos "A", falamos "B", e o pior é que somos incompreendidos e o outro entende "C". Costumo chamar isso de comunicação truncada, onde no fim acaba parecendo uma brincadeira de telefone sem fio, onde uma pessoa fala no ouvido da outra bem baixinho e de forma complicada uma frase, e consecutivamente umas no ouvido das outras, quando chega no final, na última pessoa, a frase em nada tem haver com a frase inicial. Este é um dos motivos para que relacionamentos sejam eles, familiares, amorosos, profissionais ou sociais, terminem de forma negativa. Segundo o terapeuta holístico Armando Falconi: " Comunicação não é o que a gente fala, mas sim, o que o outro entende ” . Inclusive, prefiro dizer que comunicação não é apenas o que a gente fala, mas também o que o outro entende. 


infelizmente somos inundados diariamente com tantos problemas, que o stress acaba fazendo parte de nossas vidas, e não temos paciência para falar com o outro o que realmente estamos sentindo, apenas jogamos nossas frustrações, nossas raivas, nossas tristezas nas nossas discussões e o que realmente estamos sentindo e qual objetivo nós temos muitas vezes não é dito. Falamos julgando e agredindo o outro, que então nos retorna também com agressividade e então inicia-se uma briga que muitas vezes é desnecessária e o pior que não traz nenhuma mudança na relação. Vou dar um exemplo clássico que todas nós mães e pais fazemos quando brigamos com nossos filhos por alguma atitude repetitiva e incorreta deles.
Por exemplo, a bagunça no quarto. Nós gritamos, brigamos, colocamos de castigo, e muitas vezes acabamos arrumando nós mesmos o quarto. Isso porque ja estamos cansados, estressados, preocupados com trabalho, finanças, enfim, com o dia a dia. Se ao invés disso, tentássemos mostrar para o adolescente/criança que quando eles querem uma determinada roupa limpa mas não acham, porque não haviam a colocado no cesto para lavar, ou que a roupa está amarrotada porque não foi guardada adequadamente, que não acham um brinquedo, ou um brinco, ou um boné, porque não arrumaram no lugar correto, enfim, tentar mostrar para eles as vantagens em se organizar um pouco mais e as desvantagens de permanecerem na desorganização, provavelmente teríamos um pouco mais de sucesso em nossos objetivos, seria um stress a menos para aquele dia, pois uma briga com filhos gasta muito de nossa energia, e com certeza estaríamos proporcionando à eles um pouco mais de maturidade e responsabilidade. 
O que estamos sentindo, que é nossa insatisfação em ver o quarto bagunçado e o nosso objetivo que é ver o adolescente/criança arrumá-lo, pode ser conseguido sem insultos e agressões de ambos os lados. 


É importante que saibamos falar e também que saibamos escutar verdadeiramente o que o outro está sentindo. Uma relação é feita de duas ou mais pessoas, então é importante que respeitemos uns aos outros, é fundamental que saibamos nos colocar no lugar do outro.


É preciso também que nós evitemos mensagens confusas, e que sejamos honestos com nossos sentimentos. Aquela clássica também do casal que está brigado e um pergunta para o outro: 
- Ta tudo bem? e o outro diz - Tá, porque não estaria? E o outro diz - Nada, tudo bem eu so perguntei porque você tá estranha. - É impressão sua, estou apenas com dor de cabeça. Pronto, daí  um "climão" se instá-la e isso com certeza desgasta totalmente uma relação. 


Para terminar vou colocar uma estorinha engraçada que eu li neste site abaixo: 
http://orienteocidente.wordpress.com/2012/04/24/falha-de-comunicacao/
Falha de comunicação:
Uma senhora idosa parada ao lado da rua, está confusa e hesitante com a tentativa de fazer a travessia diante de um tráfego intenso.
Temerosa, ela não conseguia sair do lugar.
Finalmente apareceu um cavalheiro que, tocando-a, perguntou se poderia atravessar a rua com ela. Alegre e muito agradecida, a senhora tomou seu braço e juntos partiram em direção ao lado oposto. Foi então que ela começou a ficar mais apavorada ao ver que o cavalheiro ziguezagueava pelo meio da ruaenquanto buzinas soavam e freios eram acionados com motoristas dizendo palavras ofensivas.  
Quando finalmente chegaram ao outro lado, ela, furiosa, lhe disse:
 - “Você quase nos matou. Você caminha como se fosse cego!”
- “Mas eu sou. Foi por isso que lhe perguntei se poderia atravessar junto com a senhora.”


Bjks e até a próxima 





terça-feira, 22 de maio de 2012

Vamos dizer NÃO a qualquer violência contra crianças e adolescentes!!!

No dia 18 de maio foi o dia Nacional de combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes. Está havendo muita polêmica sobre o depoimento da Xuxa no fantástico pelo fato dela ter feito um filme onde ela simulava fazer sexo com um menino de aproximadamente 12 anos. Porém o que ela fez na sua vida para "ascender" profissionalmente, se ela realmente foi violentada ou não se era apenas mídia, não importa. O que importa é que todos os dias crianças e adolescentes são vítimas de abuso sexual, e que isso é absurdo. Como sabemos a maioria dos casos de violência sexual acontece por pessoas muito proximas da vítima, parentes ou amigos e com certeza tem que ser deflagrado! Pegando emprestado as palavras da minha nova e querida amiga do face Ana Virgínia. 


 "Os termos abuso ou maus-tratos contra crianças e adolescentes são usados para definir negligência, violência psicológica, física e sexual de maneira repetitiva e intencional, praticada por uma pessoa em estágio de desenvolvimento físico e emocional superior (força física, idade, condição financeira, autoridade, inteligência, etc). O agressor usa do poder, da relação de confiança e/ou força física para colocar a criança e/ou adolescente em situações para as quais não possui maturidade física, nem psicológica de enfrentamento."



Ana Virgína - Psicóloga Clínica. Para ler mais acessem o link 


Vcs sabem pq o dia 18 de maio foi escolhido como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes? A data foi instituída por lei federal, em alusão a 18 de maio de 1973, quando a menina Araceli, 8 anos, foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada por jovens da classe média alta de Vitória (ES). Apesar de sua natureza hedionda, o crime prescreveu e os assassinos ficaram impunes. Meu Deus isto é assustador!!!  

A maioria dos casos de violência sexual fica abafada dentro da alma da vítima, pois ela  sente-se envergonhada, amedrontada e muitas vezes culpada por ter sido violentada. É muito comum a criança ter medo de perder o amor de seus pais, mesmo que algum deles seja o próprio agressor, o adolescente pensa que usou uma roupa inadequada, deu alguma abertura para o agressor, enfim a culpa e o medo rondam a vida daquela criança e/ou adolescente. 

Infelizmente temos também a impunidade como um grande vilão nesta história. Peguei alguns casos de impunidade absurdos. * Em 2002, em  Beberibe, Ceará, uma menina de 11 anos foi estuprada pelo próprio pai, que a engravidou. O pai foi absolvido e reconheceu que mantinha relações sexuais com a filha, mas sem coação e que a iniciativa era dela. Confessou que transava com a filha de 11 anos durante o dia e à noite com a mulher, mãe da menina. O Ministério Público recorreu da sentença. * Em 2003 no Rio Grande do Sul um Pastor de Igreja Evangélica foi acusado de abuso sexual de uma menina de 5 anos. Foi acusado de ter apalpado partes íntimas da criança e ter feito sexo oral nela. Voto de um desembargador: "Embora a tenra idade da criança, ela foi de espontânea vontade ao encontro do recorrente e atraída pelos dizeres do acusado. A prática do ato libidinoso, deste modo, deu-se com o consentimento da criança. Ela foi seduzida e não violentada." No STJ (Superior Tribunal de Justiça) o acusado foi condenado a 6 anos. Foi afastado o enquadramento na Lei dos Crimes Hediondos, que aumentaria a pena pela metade. Em uma estatística no Rio de Janeiro de 465 casos de abuso sexual, apenas 24 viraram processo e só 3 casos chegaram ao final com abusadores condenados. Porém o incrível é que pelo que temos acompanhado no Brasil, após 2 ou 3 anos de cadeia os pedófilos, graças à progressão da pena, são libertados e voltam para a rua. 


É preciso entender que a pedofilia é uma desordem mental e de personalidade, uma perversão sexual que precisa ser tratada e que o agressor não pode viver em sociedade. Quanto a "cura" de um pedófilo existem muitas contradições. A terapia cognitivo comportamental têm tido um pouco mais de êxito, porém é importante que o tratamento ocorra em paralelo com medicações antiandrogênicas para diminuírem níveis de testosterona. Entretanto casos bem sucedidos com pedófilos são muito raros.

Temos também a quantidade de casos velados sobre o assunto que ainda é enorme. Tenho visto, infelizmente, em consultório que a quantidade de "amigos e familiares" que ja investiram olhares maliciosos em pessoas quando eram crianças e que nunca foi denunciado é absurdamente grande. A maioria dos casos de abuso contra crianças e adolescentes não vem junto com a violência física, mas sim pela forma de ameaças, investidas libidinosas e assédios de todos os tipos. As consequências psicológicas podem ser devastadoras, e apenas uma parte das pessoas que sofreram o abuso sexual de fato denuncia, e infelizmente, as pessoas que sofreram violência psicológica e investidas maliciosas, normalmente não denunciam, e sofrem caladas e sozinhas.

Sabemos que a internet é atualmente a maior porta de entrada para pedofilia, então estarmos atentos aos amigos virtuais de nossos filhos e as suas conversas é fundamental, mesmo mantendo um certo nível de confiança e privacidade necessária para o adolescente, por exemplo. Pedófilos não têm cara, não tem cor, não tem raça e nem condição financeira definida, pode ser qualquer um, portanto é necessário que existam formas de tentar prevenir esta violência, e para isso, precisamos estar atentos a qualquer alteração de comportamento de nossos filhos, e infelizmente a desconfiança nas pessoas se faz necessária. Sabe-se que pouca quantidade de denúncias de crianças e adolescentes são falsas. Segundo informação do site http://www.observatoriodainfancia.com.br/IMG/pdf/doc-231.pdf apenas 6% das denúncias são fictícias, então vamos ouvir mais nossos filhos e estar atentos à eles que são nossos bens mais preciosos! 

Bjs e até a próxima.


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Emoções intensas da maternidade! Do céu ao inferno e vice versa em segundos.

Nossa, há um mês sem atualizar o blog! Estava off sendo mãe acima de tudo. Primeiro a minha princesa adoeceu, logo em seguida foi meu caçulinha, depois meu anjinho pegou dengue e pneumonia e acabou tendo que ficar 1 semana internado! Aff chega agora, né? Amo ser mãe, mas estou precisando atuar tbm nos meus papéis de psicóloga e mulher.

Mas é logico que depois de uma intensa experiência como mãe nestas últimas semanas, não posso voltar a falar dos meus amados adolescentes e não relatar a minha linda e doída experiência no hospital com meu filhote. Passamos 6 dias internados (ja estava há 1 semana com ele doente em casa). Sim, digo passamos, pois fiquei direto com meu filho, vindo para casa apenas no fim do dia para tomar banho, comer alguma comida um pouco menos saudável que a do hospital, e claro, dar um cheiro no resto da minha cria, para retornar ao hospital para "dormir" com meu anjo. 

Nestes dias passei por uma série de emoções boas e ruins. No início da internação do meu filho, tivemos a errada e assustadora notícia que meu anjo estaria com suspeita de dengue hemorrágica. Meu Deus que medo de perdê-lo! A incompetente da emergência me disse isso baseado no exame de albumina dele que estava baixo, porém o que diz que há suspeita de dengue hemorrágica é o exame com hematócritos, que o do Nan, estava perfeito. Mas aquelas horas de dor, incerteza e medo duraram uma eternidade, até ouvir da médica do plantão da manhã seguinte que ele não tinha dengue hemorrágica, embora teríamos que acompanhar para que não evoluísse para isso. O hospital estava lotado, muitos casos leves e alguns muito difíceis. Aproveitei o momento para refletir muito sobre minha vida e lógico, como sempre, para observar o comportamento humano (inclusive o meu). Nos momentos de stress e de medo, vamos do céu ao inferno em segundos. Senti o quanto o descontrole emocional e o stress afetam, inclusive o cuidado que temos com os nossos amores. Quando ia para casa comer, tomar banho e beijar meus filhos, voltava para o hospital muito cansada, mas renovada e com muita energia e amor para dar para meu filho e para quem eu pudesse acalentar naquele hospital. 

Uma estorinha interessante é que nós estávamos com uma linda menininha no quarto com uma pneumonia de base nos dois pulmões com uma evolução de melhora muito lenta, na verdade com troca de remédios por ela não estar respondendo bem ao tratamento. É óbvio que sua família, na verdade, sua mãe e sua avó, estava muito tensa, assustada e cansada de estar nesta situação de internação. No dia das mães elas duas (a avó e a mãe da criança) saíram para almoçar juntas em algum restaurante ao lado do hospital e a menina ficou com uma tia de quem ela gostava muito. Aquelas horas se passaram com as duas brincando sem a menina chorar e nem reclamar nenhuma vez. A sua tia estava bem, descansada e com certeza essa energia foi ótimo para aquela criança. Quando elas retornaram para o quarto do hospital, eu falei de como a menina tinha ficado bem e que até elas estavam com uma leveza maior no olhar. A mãe da menina estava deitada na cama com a filha e depois de um tempo refletindo me olhou e disse "Pois é, nestas horas a gente vê o que realmente tem valor. Se a gente estivesse em casa estaríamos uma em cada canto. Eu no computador, minha mãe no quarto vendo televisão e minha filha em outro quarto vendo desenho. Agora estamos juntinhos neste quarto de hospital." 

Não sou do tipo que acredita que o crescimento e a evolução espiritual e humana acontecem apenas através do sofrimento. Penso e sei que podemos evoluir através de momentos intensos, sejam eles bons ou ruins. Mas com certeza nos momentos de medo e de impotência, percebemos que somos muito pequenos, apenas um grãozinho de areia neste enorme universo. Os nossos valores mudam nestas situações e cabe a nós mesmos não permitir jamais que estes valores se percam pelo mundo quando saímos da crise, pois esta é uma tendência natural do ser humano. 

Pois é, precisei relatar um pouquinho da minha experiência, meu filhote ja está em casa e bem, aprontando todas e logo logo estarei escrevendo mais sobre os "causos" adolescentes. Até mais, bjks.