quarta-feira, 28 de março de 2012

Cutting, moda ou transtorno de comportamento?

Bom, gostaria de não precisar estar falando sobre a prática do cutting, mas infelizmente, está sendo muito feita pelos jovens atualmente. Por isso a pergunta, moda ou transtorno de comportamento?

Bom, para começar é interessante explicar o que é cutting para quem não conhece este método de auto agressão, muito praticado pelos adolescentes. É a pratica de fazer cortes pequenos e superficiais pelo corpo, com estilete, gilete ou algum outro instrumento cortante, porém, não tem como objetivo o suicídio. É feito principalmente por jovens para aliviar seus sofrimentos. Pode-se dizer que o cutting é utilizado como uma válvula de escape para lidar com os sofrimentos ou traumas da vida, porém, com o tempo esta prática pode se tornar uma compulsão, uma dependência, assim como a droga. Os motivos que levam uma pessoa a praticar o cutting são vários, depressão, fobia, baixa auto estima, bullying, transtornos alimentares, etc. É muito comum associar a auto mutilação ao transtorno de comportamento chamado borderline. Este transtorno mental é considerado como um limiar entre o estado normal (neurose) e a psicose (transtorno mental onde há uma dissociação da personalidade). Porém, este tipo de auto mutilação ao qual estamos relatando aqui, o cutting, tem sido iniciado por muitos adolescentes, e até mesmo por pré-adolescentes, principalmente por meninas, por curiosidade, como "moda", por isso não podemos associá-lo ao transtorno borderline sem antes avaliarmos o caso da pessoa. Um rapaz, que fazia cutting me relatou uma vez, que se cortar e ver o sangue sair da pele aliviava, pelo menos naquele momento, o sofrimento que o atormentava, "...o sofrimento vai embora naquele momento junto com aquele sangue que escorre no meu braço". Um caso muito conhecido é o da cantora e atriz Demi Lovato. Em depoimento, ela relatou que começou a se cortar quando tinha apenas 11 anos de idade, e no seu caso o motivo era aliviar o sofrimento que sentia por causa de transtornos alimentares.

Enquanto estava fazendo pesquisas pela internet, entrei em alguns blogs e sites sobre o assunto e assustadoramente, percebi dois fatores perigosos. A idade inicial desta pratica de auto agressão é muito nova, o início se da, normalmente por volta dos 12 anos, porém, cheguei a ver relatos de pessoas que começaram a se cortar aos 8 anos de idade. Um outro detalhe muito perigoso é que a maioria dos pais e/ou responsáveis não tomam conhecimento do problema, pois os adolescentes escolhem locais do corpo que não aparecem muito, como pernas e ombros e usam roupas compridas para esconder as cicatrizes, e com isso, a maioria não tem ajuda profissional para combater este sofrimento. Em quase todos os depoimentos que li, os jovens sofrem por algum motivo e praticam o cutting, com isso, acabam sofrendo depois ainda mais, pois, gostariam de parar de se cortar mas não conseguem, exatamente como uma droga. Pessoas que ja passaram por este transtorno, atualmente guardam uma grande quantidade de cicatrizes pelo corpo, e lógico pela alma também .

É importante que a pessoa que está sofrendo deste transtorno tenha coragem de enfrentar e contar para os pais, ou pessoas responsáveis que possam ajudá-la. O tratamento psicoterápico é imprescindível e muitas vezes a ajuda de um psiquiatra pode ser necessária. Porém o apoio principal para o jovem neste momento é  o da família. Uma pessoa da família não sofre sozinha. Se alguma pessoa está passando por este tipo de transtorno é possível que toda a família possa estar precisando de apoio.

É importante que se perceba que o cutting é um grande problema, mas inicialmente a pessoa faz este tipo de auto agressão por "modinha" para aliviar algum sofrimento, e a vontade de se cortar aparece como uma "cura" da dor que se sente. Esta dor inicial precisa ser cuidada, precisamos dividir nossos sofrimentos, nossos traumas, e aceitar a nós mesmos com defeitos e qualidades, como sempre venho dizendo nos posts passados. Temos que parar de ver a psicoterapia com preconceito, problemas todos nós temos e passar por eles com apoio e de forma mais segura é muito melhor.

Aqui vai um vídeo que passou no programa da Ana Maria Braga bastante completo sobre o assunto, vale a pena conferir.

Bjs e até a proxima.









8 comentários:

  1. Nossa, parece que eu tava vendo a estória da minha vida. Entrei nessa de moda mesmo, mas agora não consigo mais parar. Meus pais não sabem e emeus amigos me criticam. Vou tentar procurar alguma ajuda, é acho que vou ter que contar pra minha mãe. Obrigado mesmo.

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    1. Olá. que bom que vc se identificou com esta estória e pretende procurar uma ajuda. Não tenha vergonha de pedir apoio profissional, se importe com a sua saúde. Quem te ama de verdade tbm quer sua melhora. Seja sempre bem vinda, bjks.

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  2. Eu pratico isso a um tempinho... Minha mãe descobriu junto com as mães das minhas amigas que faziamos isso.. Tenho vergonha de mim mesma ao fazer isso. POsso afirmar que no meu caso não é modinha nem nada. Eu comecei sozinha sem mesmo saber que isso tinha nome. Não consigo parar mas tenho medo de que a minha mãe veja e queira me internar. tenho muitas cicatrizes. acha que seria o melhor eu deixar levar e ser internada?

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    1. Bom, é difícil eu afirmar se vc precisaria de internação ou não, pois não nos conhecemos. Mas a internação ocorre quando a pessoa ja tentou outras formas de tratamento sem sucesso, ou quando existe algum outro comprometimento emocional junto com este problema, que me parece que não é o seu caso. Acredito que a melhor forma é vc tentar conversar com sua mãe sobre o assunto e buscar um apoio profissional, uma psicoterapia, e se for o caso também um tratamento psiquiátrico. Lembrem que isso não é "coisa de maluco", como muitas pessoas acabam por discriminar os tratamentos psíquicos. Corpo e mente estão integrados e precisamos cuidar da nossa mente tanto quanto do nosso corpo. Espero que tenha te ajudado. Boa sorte, um bj.

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  3. é complicado isso acontece de uma forma que a gente nao gostaria que acontece-se precisamos tomar providencias mas como todos acho isso frescura algo da adolecencia mesmo acho facil vc simplesmente parar ninguem untende ninguem

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    1. Desde o momento que isso perturba a vida da pessoa e atrapalha, não pode ser considerado frescura, até pq como eu disse, as marcas dos cortes em sua maioria, ficam pra sempre e as consequências emocionais podem ser muito ruins. Mas fique a vontade para pôr sua opinião, esse espaço é exatamente para isso. Bjs.

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  4. Eu me corto já faz um tempo tenho vergonha disso,minha família nao sabe e pra mim isso nao e só modinha nao pq eu nem sabia que existia esse tal de CUTTING,e queria muito a ajuda dos meus familiares mais nao sei como conta a eles ja faz um tempo que eu nao me corto eu to rpcurando fazer atividades pra ocupar meu tempo pra ver se eu nao me corto esta ajudando um pouco espero que resolva meu problema,pq ao projrto da borboleta nao me ajudo,está sendo legal poder disabafar aki nesse blog pelo menos algumas pessoas me entende.já me sinto mais aliviada de poder tar compartilhando isso com alguem

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    1. Esteja sempre a vontade de compartilhar conosco. Aproveito para me dsculpar por estar tão ausente do blog,
      Mariana, sei o quanto é dificil se abrir com seus familiares situações tão intimas e dolorosas pra você, mas com certeza é o mais correto a fazer. Pense na pessoa que vc mais confia e se relaciona e se abra com ela. O tratamento correto é fundamental, é isso se da com um profissional adequado.
      Um bj gde e apareça sempre. Boa sorte!

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